Se penso, sinto. Se sinto, logo escrevo...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Desapego.

The River Benecourt, por Cloude Monet


Em pleno exercício do desapego
luto.
E no desvencilhar
me encontro.
Menos lembranças...
Mais desejos...

Raquel Faria.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Eu sou Barroca.

Melancholy, por Edgar Degas,


Sou de natureza imensuravelmente inapreensível.
Me faço luz e sombra
Lume e obumbração.

Regozijo diante da assimetria
Pois por essência minha alma
Divaga na mutalidade das formas.

Sou emoção, não razão
Pois trago na atitude
O contorcer das idéias
O movimento exagerado
E o apresso pelas formas fugidias.

No meu pessimismo existencial
Divago entre o sacro e o profano
Entre o venerável e o mundano.
Rebusco.

No meu desprezo pela orientação provida
Me curvo
Contra-curvo
Retorço.

Sou intensa
Pessimista
Rebuscada
Erudita
Contraditória.

De percepção sensorial exagerada
Me deleito
Afinal, eu sou Barroca.


Raquel Faria.