Melancholy, por Edgar Degas,
Sou de natureza imensuravelmente inapreensível.
Me faço luz e sombra
Lume e obumbração.
Regozijo diante da assimetria
Pois por essência minha alma
Divaga na mutalidade das formas.
Sou emoção, não razão
Pois trago na atitude
O contorcer das idéias
O movimento exagerado
E o apresso pelas formas fugidias.
No meu pessimismo existencial
Divago entre o sacro e o profano
Entre o venerável e o mundano.
Rebusco.
No meu desprezo pela orientação provida
Me curvo
Contra-curvo
Retorço.
Sou intensa
Pessimista
Rebuscada
Erudita
Contraditória.
De percepção sensorial exagerada
Me deleito
Afinal, eu sou Barroca.
Raquel Faria.