Se penso, sinto. Se sinto, logo escrevo...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Aparências

Por Amedeo Modigliani, Victoria


O sorriso constante
no olhar brilhante
jamais conseguiu
revelar a ausência imedida
daquele pobre coração.

A gentileza aveludada
E a compreensão acalmada
Jamais conseguiram revelar
o caráter desconcertante
de tão compacto ser.

O temperamento fúnebre
O ar depressivo
O pudor recriminante
O sofrimento constante
Não revelaram.

Na ausência perceptiva,
No coração abafado,
Ninguém compreendeu.
Ninguém percebeu o que se fazia claro
Sem no entanto o ser

Enfim, Aparências...


Raquel Faria.



3 comentários:

  1. Retribuindo a visita. Belo blog :)
    Estou seguindo.

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  2. Sinto no ar algo que de alguma forma desmedida
    me surpreende... É um apelo gritante de um Som estridente que de tão alto parece se calar na sua própria existência necessariamente sofrível...
    Aquilo que dói é mais Bonito.

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