Se penso, sinto. Se sinto, logo escrevo...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Clarice e sua Boneca

Pobre Clarice
Não sabe amar.
Faz juras a sua boneca quando faceira está a brincar.
Mas logo depois a ignora trocando-a por outra atividade qualquer quando
a brincadeira a cansa.

Pobre Boneca
Que na sua estabilidade objetal acredita.
Acredita nas promessas.
Acredita na preferência dentre os brinquedos
Acredita quando sorrateiramente Clarice num relâmpago confessa:
“Vou ficar com você pra sempre”

Pobre boneca,
Pobre Clarice.
Dentre as indas e vindas da brincadeira eu não sei quem perde,
Se é Clarice por ir e vir
ou se é a pobre boneca,
por esperar...




Raquel Faria.

Um comentário:

  1. fantástico... o poder de sintetizar o sentimento que já é bem antigo entre os seres humanos...

    ResponderExcluir